Quase 1.000 cristãos fogem de cidade na Síria e temem retaliação de novo governo

  • 28/01/2025
Quase 1.000 cristãos fogem de cidade na Síria e temem retaliação de novo governo
Quase 1.000 cristãos fogem de cidade na Síria e temem retaliação de novo governo (Foto: Reprodução)

Centenas de cristãos da cidade de Maaloula, na Síria, fugiram devido à mudança de governo na Síria. De acordo com fontes locais, entre 750 e 1.000 crentes buscaram refúgio principalmente nas comunidades cristãs de Damasco. 

A missão Portas Abertas informou que o êxodo dos cristãos está relacionado ao medo de retaliação por parte das diferentes facções armadas na Síria. 

“A razão de tudo isso remonta ao início da guerra na Síria. Em um determinado momento, Maaloula foi capturada por tropas rebeldes, mas depois foram derrotadas. Após sua derrota, muitos muçulmanos sunitas que viviam em Maaloula ou perto da cidade também foram expulsos”, explicou uma fonte local à Portas Abertas.

Agora, os cristãos temem que, com o novo regime, o mesmo aconteça com eles: “Houve ameaças, e os crentes decidiram não correr o risco. Provavelmente, a questão tem a ver com o que aconteceu há mais de 10 anos, porque em outro lugar cristão, não muito longe de Maaloula, isso não está acontecendo”, disse a fonte.  

Neste período de transição, as novas autoridades estão trabalhando para consolidar seu controle sobre o país. Pelo histórico de como os cristãos têm sido tratados na Síria, o medo pela segurança é grande e muitas vezes limita o papel da igreja em meio à crise na Síria.

A tensão dos cidadãos

A preocupação com a segurança e a instabilidade do novo governo faz com que outros grupos considerem deixar o país. Apesar das promessas do governo, as minorias cristãs permanecem tensas.

Nesse contexto, quatro cristãos, três mulheres e um homem, que permanecem anônimos por motivo de segurança, relatam como está a situação local com o novo regime. 

Embora seja importante tomar cuidado, evitando ruas desertas e horários com pouco movimento, escolas, lojas e bancos já estão funcionando normalmente, e a vida parece estar voltando à rotina.

Segundo uma das jovens sírias, alguns pais estão mantendo os filhos em casa, pois estão preocupados com a ausência de polícia nas ruas. Além disso, os bancos impuseram fortes restrições quanto ao saque de dinheiro. 

“Todos estão com problemas financeiros. O governo está com dificuldades para pagar os salários e, especialmente, as pensões para os idosos. Ouvimos que cristãos e pessoas de outras minorias estão sendo demitidos em alguns lugares por motivos irracionais. Recebemos a confirmação de pessoas que conhecemos”, contou a jovem. 

Os sentimentos na comunidade cristã são mistos e, diante da incerteza, a igreja se vê em fuga.

“Acredito que os cristãos vão deixar mais o país do que antes, mas para onde podemos ir?”, compartilhou a cristã síria. 

Segundo as fontes, até agora, o discurso das novas autoridades é bom. No entanto, eles não garantem o cumprimento de suas promessas: “Quando há incidentes no país, eles sempre dizem que não são eles que estão fazendo”, afirmou um homem.

Um dos medos de muitos sírios, incluindo os cristãos, é que as diferentes facções comecem a lutar entre si e levem a uma nova guerra civil no país que já foi duramente atingido por conflitos desde 2011. 

Envolvimento da liderança cristã

Apesar do caos, os cristãos afirmaram que, o que os mantém de pé, é o Senhor: “Sem a minha fé, não estaríamos mais vivos. Minha fé está me sustentando nesta fase”.  

Desde a tomada de poder, houve reuniões entre líderes da igreja e as novas autoridades no país. Os líderes das congregações destacaram sua disposição de se envolver na construção da nova Síria. 

Após uma grande reunião em Damasco, duas semanas atrás, eles afirmaram estar “cautelosamente otimistas”. 

Os três patriarcas das maiores denominações cristãs na Síria disseram: “Estamos à beira de uma nova era que exige de todos nós humildade, coragem e determinação para construir a Síria do futuro. Essa nova fase exige um compromisso com uma cultura de diálogo e abertura aos outros”.

Conforme a Portas Abertas, os patriarcas querem que a igreja esteja envolvida no processo de construção de um futuro com “igualdade de oportunidades para todos os seus cidadãos, sem qualquer discriminação”. 

Além das igrejas tradicionais, a Síria também tem cristãos de origem muçulmana. Eles estão, no período de transição atual, com medo de que grupos radicais possam aproveitar a nova situação e atacar os que deixaram o islã para seguir a Jesus. 

A Síria ocupa a 18ª posição na Lista Mundial da Perseguição da Missão Portas Abertas de 2025, que classifica os 50 países onde os cristãos são mais perseguidos. 

FONTE: http://guiame.com.br/gospel/missoes-acao-social/quase-1000-cristaos-fogem-de-cidade-na-siria-e-temem-retaliacao-de-novo-governo.html


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